As nossas diferenças enriquecem-nos

As nossas diferenças enriquecem-nos

Deus ama e acolhe toda a gente de braços abertos, sem exigências, sem condições. Como o pai do filho pródigo da parábola de Lucas 15, ele mostra-nos atenção e bondade, porque temos valor aos seus olhos.

O Pai acolhe cada um de nós, com as nossas especificidades e as nossas diferenças

Quanto mais entramos em contacto com este Deus de amor, mais nos sentimos cheios do mesmo apreço pelos outros, do mesmo acolhimento por eles; estamos em sintonia com o convite de Paulo na sua epístola aos Romanos: « Acolhei-vos uns aos outros, como Cristo vos acolheu, para glória de Deus » (15,7).

Interacções complicadas?

Esta igreja reunia pessoas muito diferentes umas das outras! Judeus e não judeus, escravos e homens livres, ricos e pobres, fortes e fracos; e todas estas pessoas tinham dificuldade em entender-se. As suas culturas de referência e os seus níveis sociais eram diferentes, assim como os seus valores e estilos de vida… em suma, as interacções entre eles não eram fáceis… havia muitos atritos!

O que é que devemos fazer neste caso? não nos misturarmos demasiado com os outros? evitarmos sempre que possível as pessoas demasiado diferentes? deixarmos a igreja por outra? Paulo convidou os membros desta igreja a viverem em harmonia uns com os outros, a acolherem-se uns aos outros, como Cristo os acolheu, para a glória de Deus.

O que é que isto significa?

A palavra grega para « acolher » significa « frequentar », « receber em casa com bondade », « dar acesso ao coração », « tomar como companheiro », « tomar como amigo ». Não se trata, portanto, de tolerar o outro ou de o aceitar com ranger de dentes, mas de o receber com o coração bem aberto, sem lhe impor condições.

As expectativas que temos em relação aos outros conduzem à desilusão

Temos de admitir que o nosso coração pode facilmente encolher-se em relação aos crentes com quem entramos em contacto, sobretudo quando temos expectativas em relação a eles – exigências não declaradas que, no entanto, são muito reais no nosso espírito!

Por exemplo, nós integrámos normas bíblicas e parece-nos lógico que eles as respeitem, sobretudo se assumirem responsabilidades na igreja!  Deus ensinou-nos lições de vida e supomos que lhes ensinou o mesmo!

Esquecemo-nos então que Deus usa as várias circunstâncias da vida dos crentes para ajudar cada um deles a progredir, ao seu próprio ritmo, ao longo das décadas.

Na realidade, as nossas expectativas em relação aos outros crentes conduzem invariavelmente à desilusão. Simplesmente porque não corresponderam às nossas expectativas. É como se nos devessem uma dívida, invisível, mas muito real no nosso coração!

Um coração alargado para apreciar as nossas diferenças no seu verdadeiro valor

E, no entanto, quando nos deixamos tocar de novo pelo amor do Pai, compreendemos que Deus dá a cada um de nós o direito e o tempo de uma vida inteira para caminhar na santificação.

Na realidade, na soberania de Deus, somos confrontados com acontecimentos e pessoas que darão a Deus a oportunidade de abalar as nossas certezas, de trazer à luz feridas escondidas e depois de nos transformar.

Em particular, Deus usa os membros da nossa comunidade que são tão diferentes de nós para nos consciencializar da nossa necessidade imperativa de transformação! Se quisermos continuar a nossa caminhada com eles, temos de decidir dizer:

« Parem as minhas expectativas! »

« Sim! ao amor incondicional de Deus. »

Não só para mim, mas também para aqueles que são tão diferentes de mim e/ou que me perturbam.

Para beneficiar do amor incondicional de Deus

Ao deixarmo-nos tocar uma e outra vez pelo amor de Deus, entramos gradualmente em sintonia com Ele. Começamos a bendizer o nosso Pai pelos nossos irmãos e irmãs e o espaço no nosso coração alarga-se. As palavras de Paulo aos Coríntios ressoam em nós:

« Abrimos-vos de par em par o nosso coração; não estais apertados nele » (2 Cor. 6,12)! E esta experiência repete-se vezes sem conta, para glória de Deus!

« Que o Deus da perseverança e da consolação nos conceda que tenhamos o mesmo sentimento uns para com os outros, segundo Jesus Cristo, para que todos nós, a uma só voz, glorifiquemos o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo. Acolhamo-nos, pois, uns aos outros, como Cristo nos acolheu, para glória de Deus » (Rom. 15:5-6).

Os efeitos

As nossas diferenças de cultura, de língua, de estilo de vida, de sensibilidade, etc., em suma, as nossas personalidades diversas, são oportunidades para nos enriquecermos. 

Sim, as nossas diferenças enriquecem-nos!

Deus está a seu favor! Tenham um belo dia!